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Home Sem categoria

Rapaz que Fugiu da Coreia do Norte Descreve o que Acontece se Você Comprar uma TV

Edson Ferreira by Edson Ferreira
7 de maio de 2025
in Sem categoria
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homem que escapou da coreia do norte diz o que acontece se voce comprar uma tv

homem que escapou da coreia do norte diz o que acontece se voce comprar uma tv

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Rapaz que Fugiu da Coreia do Norte Descreve o que Acontece se Você Comprar uma TV

A Coreia do Norte é um dos países mais fechados e enigmáticos do mundo. Governado com mão de ferro por uma dinastia comunista desde 1948, o país tem sua própria versão da realidade, moldada por décadas de propaganda e controle absoluto sobre a informação. Para muitos de nós, a ideia de assistir à televisão é um ato comum, parte da rotina. Mas na Coreia do Norte, esse simples gesto pode significar prisão, tortura ou até mesmo a morte.

Neste artigo, exploramos um testemunho poderoso de um desertor norte-coreano que escapou do país e agora revela o que acontece quando alguém tenta comprar uma TV — especialmente uma que não seja sancionada pelo governo. Suas palavras oferecem um raro vislumbre da vida cotidiana sob o regime de Kim Jong-un, e como a tecnologia — mesmo a mais básica — pode se tornar um instrumento de opressão ou resistência.


A Realidade Controlada

A televisão na Coreia do Norte não é um meio de entretenimento. É uma ferramenta de doutrinação. Os aparelhos vendidos no país são fabricados com restrições técnicas específicas: só conseguem sintonizar canais aprovados pelo regime. Esses canais transmitem, em sua maioria, conteúdos exaltando o líder supremo, reportagens manipuladas, propaganda antiamericana e material ideológico que reforça o culto à personalidade de Kim Jong-un e seus antecessores.

Kim Ji-hoon (nome fictício), um desertor que fugiu da Coreia do Norte em 2017, relatou ao jornal sul-coreano Chosun Ilbo como a televisão era tratada em sua cidade natal, localizada perto da fronteira com a China. “Todo mundo tinha uma TV em casa, mas era como uma estátua. Não era para escolher o que assistir. Era para assistir o que o governo queria que você assistisse”, contou Ji-hoon.

Segundo ele, os aparelhos vinham com lacres nos controles internos e sistemas de bloqueio que impediam a sintonização de canais estrangeiros, mesmo que tecnicamente fosse possível. “Se você fosse pego tentando abrir o aparelho, mesmo só para limpar, já era motivo de suspeita”, acrescenta.


Comprar uma TV: Mais Complicado do que Parece

Adquirir uma televisão na Coreia do Norte é possível — mas o processo é repleto de burocracia e vigilância. Primeiro, é necessário obter permissão das autoridades locais, geralmente associadas ao inminban, o sistema de vigilância de bairro onde moradores vigiam uns aos outros. Depois, o aparelho só pode ser comprado em lojas estatais, que vendem modelos fabricados localmente ou importados da China com restrições instaladas.

“Não é como ir a uma loja e escolher o que você quer. É mais como receber uma designação”, diz Ji-hoon. “Você escolhe entre modelos que já foram pré-aprovados. E, mesmo depois de comprar, o aparelho é registrado no seu nome. Se ele for usado para fins ilegais, você será responsabilizado.”

Isso quer dizer que se uma pessoa for pega assistindo a um canal sul-coreano, chinês ou japonês, mesmo que outra pessoa tenha alterado o aparelho ou emprestado DVDs ilegais, o dono da TV pode ser preso, espancado ou enviado para um campo de trabalho forçado.


Cultura da Espionagem

Na Coreia do Norte, não existe privacidade. “As paredes têm ouvidos” não é apenas um ditado — é quase uma regra de sobrevivência. A vigilância é exercida por todos, desde os vizinhos até os próprios familiares. A denúncia é incentivada desde a infância, e atos como assistir a uma novela sul-coreana ou escutar música pop ocidental podem ser vistos como traição à pátria.

Ji-hoon lembra de uma ocasião em que um de seus colegas de escola foi preso junto com a família inteira por terem assistido a um DVD de um drama sul-coreano escondido. “Alguém os denunciou. Eu nunca mais os vi. Disseram que foram enviados para um campo de reeducação. Mas a verdade é que provavelmente morreram lá.”

Segundo a organização Liberty in North Korea (LiNK), mais de 100.000 pessoas vivem em campos de prisioneiros políticos no país. Muitos estão lá por “crimes ideológicos”, como consumir mídia estrangeira. A posse de uma TV modificada ou de um dispositivo USB com conteúdo ocidental é suficiente para uma sentença de 10 anos de trabalhos forçados — ou coisa pior.


A TV Como Janela para o Mundo Exterior

Apesar da repressão, muitos norte-coreanos arriscam tudo para experimentar um vislumbre do mundo exterior. O contrabando de eletrônicos e mídia estrangeira, principalmente da Coreia do Sul e da China, se tornou uma forma de resistência silenciosa. Pequenos aparelhos de DVD portáteis, pendrives com filmes e até smartphones entram clandestinamente no país, geralmente através da fronteira com a China.

Ji-hoon afirma que, quando adolescente, assistiu a seu primeiro episódio de um k-drama em um DVD contrabandeado. “Foi como descobrir que eu estava vivendo numa bolha. Eu chorei. Não só pela história do drama, mas porque percebi que existia outro mundo, um mundo onde as pessoas eram livres para amar, para escolher, para sonhar.”

Ele também relata que muitos aparelhos de TV contrabandeados da China podem ser modificados para captar sinais de satélite ou mesmo canais da fronteira sul-coreana. Essas alterações são feitas secretamente por técnicos especializados que operam em redes clandestinas.

No entanto, se alguém for pego com um desses aparelhos, a punição é severa. Em 2021, após a implementação da “Lei de Eliminação do Pensamento e da Cultura Reacionária” por Kim Jong-un, as penalidades por consumir ou distribuir conteúdo estrangeiro tornaram-se ainda mais extremas. Casos de execução pública por posse de séries sul-coreanas foram relatados por grupos de direitos humanos.


Repressão Tecnológica e Medo

Além do controle da televisão, o governo norte-coreano monitora constantemente outros meios eletrônicos. Rádios são vendidos com frequências fixas, e qualquer tentativa de modificação pode ser denunciada. Celulares, disponíveis apenas para a elite e com sistema interno chamado “Koryolink”, não têm acesso à internet real — apenas a uma intranet nacional cheia de sites propagandísticos.

Ji-hoon lembra de um vizinho que conseguiu importar um celular com acesso à rede chinesa. “Ele se gabou de poder ver o mundo real. Duas semanas depois, ele desapareceu. Alguém o ouviu dizer isso e denunciou. Foi a última vez que alguém ousou mencionar isso em público.”

Esse medo constante molda a sociedade. As famílias aprendem a não confiar umas nas outras, e até crianças são treinadas a reportar comportamentos “suspeitos”. O simples fato de rir em um momento não apropriado em um programa de TV estatal pode gerar desconfiança. A programação televisiva é acompanhada por todos com uma espécie de reverência forçada — não se assiste, se venera.


Fugir para Sobreviver

Para Ji-hoon, o desejo de conhecer a verdade foi mais forte que o medo. Aos 24 anos, decidiu fugir da Coreia do Norte atravessando o rio Yalu, que separa o país da China. Foi uma jornada perigosa, cheia de riscos, e que quase lhe custou a vida. “Tive sorte”, diz ele. “Se tivesse sido pego, teria sido executado.”

Hoje, vivendo na Coreia do Sul, Ji-hoon trabalha com outros desertores em programas de conscientização. Ele ajuda a distribuir pendrives com conteúdos educativos e culturais que são enviados por balões, drones ou redes clandestinas para dentro da Coreia do Norte. “Meu sonho é que um dia, cada norte-coreano possa ligar a TV e escolher o que quiser assistir. Que possam ver a verdade.”


Conclusão

A história de Ji-hoon é apenas uma entre milhares de vozes sufocadas pela censura e pelo autoritarismo da Coreia do Norte. Seu testemunho sobre o que acontece com quem tenta comprar ou usar uma televisão de forma independente no país revela um sistema de controle absoluto sobre a mente e o coração do povo.

Enquanto para muitos no mundo a televisão é uma janela para o lazer, na Coreia do Norte ela é uma grade — uma cela invisível moldada por décadas de manipulação. E para aqueles que ousam tentar olhar além das grades, o preço pode ser a própria vida.

A resistência, no entanto, persiste. Seja por meio de aparelhos contrabandeados, conteúdos digitais escondidos ou simples atos de questionamento, cada norte-coreano que desafia o status quo está, aos poucos, abrindo uma rachadura no muro da opressão.

Um dia, talvez, as telas em Pyongyang transmitirão não apenas a imagem de um líder, mas a voz de um povo finalmente livre.


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